Um executivo da Oracle disse para seu CEO, Larry Ellison: “A diferença entre Deus e Larry Ellison é que Deus não acha que é Larry Ellison”. A brincadeira, que pode ser vista como uma ofensa, é, na verdade, um grande elogio. Pelo menos quando se trata de um chefe executivo.

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De acordo com um artigo publicado no “The Leadership Quarterly”, a arrogância de pessoas como Ellison pode dar resultado. No ano passado, ele foi o CEO mais bem pago do mundo, com uma quantia de US$ 77 milhões de acordo com o “The New York Times”. Mais 65 CEOs ganharam mais de US$ 20 milhões em 2013, afirma o artigo intitulado “Narcissistic CEOs and executive compensation”. Um dos autores, Charles O’Reilly afirma que os chefes que mostram traços narcisistas, de dominação, autoconfiança e grandiosidade tendem a fazer mais dinheiro que aqueles menos egoístas. “Os chefes narcisistas não se importam com o que as outras pessoas pensam e dependendo da pessoa, pode ser impulsivo e manipulador”.

O’Reilly e seus colegas avaliaram funcionários de 32 grandes empresas de tecnologia e marketing para encontrar chefes que apresentassem traços de comportamentos narcisistas. Eles focaram na indústria tecnológica porque ela atrai pessoas que estão convencidas de suas próprias visões e estão dispostas a correr riscos. “Em lugares como Silicon Valley, onde a grandiosidade é recompensada, nós quase escolhemos essas pessoas”, conta O’Reilly.

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Os pesquisadores pediram para os funcionários preencherem questionários sobre seus patrões e os classificarem como egocêntricos, arrogantes e vaidosos. Os trabalhadores também passaram pelo chamado Tem Item Personality Inventory (TIPI) sobre seus chefes. Além disso, os pesquisadores analisaram as cartas de acionistas e transcrições de chamadas de pagamentos e observaram a frequência de pronomes auto referenciais como o “eu”. Os narcisistas preferem falar sobre suas próprias opiniões nesses relatórios.

De acordo com o artigo, quanto mais tempo um chefe narcisista fica no comando, maior é a remuneração em relação à sua equipe. Isso acontece em parte porque eles estão perto do conselho e podem fazer apelos pessoais para aumentar seus pacotes de remuneração.

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Nada disso é bom para a moral da companhia já que o fosso salarial entre o chefe e os funcionários se torna muito maior. Eles então se sentem menos satisfeitos e começam a deixar a empresa. “Apesar de serem menos simpáticos, esses chefes tem grande sensibilidade à crítica o que pode ajudá-los a eliminar aqueles que poderiam desafiá-los ou deixar de reconhecer seu brilho”, segundo os pesquisadores.

O’Reilly recomenda que as pessoas que trabalham para chefes narcisistas bajulem ao invés de desafiar. “Esteja preparado para que eles tomem os créditos pelas suas ideias”, ele diz. “É o nome do jogo”.

Fonte: FORBES Brasil

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