Alguns homens preferem um bom scotch, outros uma caipirinha, mas certamente não há dúvidas quando ela entra na disputa: a boa e velha cervejinha, a preferida nacional que não pode faltar em uma conversa informal no happy hour ou num churrasco aos finais de semana. Muito se sabe sobre tipos e marcas atuais, mas você imagina qual a história da cerveja?
A receita da cerveja é a mais antiga de que se tem registro no mundo, acredite se quiser: os antigos egípcios documentaram o processo em rolos de papiro. Essas primeiras cervejas eram feitas com coisas como romãs e outras ervas indígenas. Os egípcios as usavam em cerimônias religiosas, com o faraó dirigindo a preparação da cerveja e distribuição para as massas. Talvez você poderia chamar o faraó de “primeiro mestre cervejeiro”. Fora isso, um documento médico, datado de 1600 a.C. e descoberto nas escavações de um túmulo, descreve cerca de 700 prescrições médicas, das quais 100 contêm a palavra cerveja.
A primeira lei para a produção e venda da cerveja também foi nesta época, é a chamada Estela de Hamurabi, onde se condena à pena de morte quem não respeita os critérios de produção de cerveja indicados. Dá pra acreditar?
Através dos anos a bebida fermentada persistiu, até chegar ao Ocidente, onde tornou-se parte integral da vida. Isso principalmente no Norte europeu onde havia muitas colheitas de cevada que forneciam uma vasta gama de ingredientes para cervejeiros. A cerveja era valorizada por seu valor nutricional (isso mesmo!) e por ser uma alternativa segura para a água, uma vez que muitas fontes desta última foram contaminadas por dejetos humanos na época.
Foi durante a idade média que a cerveja tal como conhecemos nasceu. Até por volta do século 12 muitas ervas e temperos eram usados para equilibrar o sabor doce do malte da cerveja, mas foi em 1150 que monges alemães começaram a utilizar o lúpulo silvestre na cerveja e a combinação foi tão perfeita que o ingrediente rapidamente virou obrigatoriedade na receita.
Se os faraós foram os surpreendentes cervejeiros da sua época, na idade média a surpresa não foi diferente: todo monastério tinha uma cervejaria em seu terreno, e os monges eram os responsáveis pela fabricação. Historiadores dizem que os monges foram responsáveis por inúmeras inovações além da introdução do lúpulo, incluindo a ideia do tipo lager ou de guardar em um local gelado para acentuar o sabor (até então, ela era consumida em temperatura ambiente).
Mesmo nos tempos modernos a tradição monástica de produção de cervejas permanece, há um número de monastérios belgas que estão nos rankings das melhores fábricas de cerveja do mundo. E durante todo o tempo ela permaneceu sempre presente na história, algumas vezes mais evidente, outras menos, até chegar nos dias atuais, sofisticada e ao mesmo tempo simples.
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