Em última análise, foram estas duas características que tornaram o Speedmaster tão adequado para a exploração espacial e que seriam responsáveis por o colocar no pulso de todos os astronautas do programa Apollo de 1965 em diante.
Foi em 1964 que a NASA começou à procura de um cronógrafo para utilizar nas suas missões espaciais tripuladas. Escolheram relógios de diferentes marcas e testaram-nos da mesma forma que eram testadas todas as peças de hardware que seriam utilizadas no espaço. Apenas um relógio sobreviveu às temperaturas extremas, vibrações, choques intensos e vácuos impiedosos no processo de teste – o Omega Speedmaster.
Hoje, seis décadas passadas, o Speedmaster está ainda qualificado para todas as missões espaciais tripuladas e é uma peça de equipamento permanente da Estação Espacial Internacional. Em homenagem ao design vanguardista do original, o Moonwatch actual é, na essência, o mesmo que foi lançado pela Omega na era pré-espacial.
Para Clooney, isto torna o Speedmaster num verdadeiro clássico, tal como o é, por exemplo, o vinho vintage. Explica desta forma: “Algumas coisas são clássicos e, quando o são, vais sempre querê-las. Ficarias realmente chateado se as alterassem. Queremos tecnologia moderna – por exemplo nos nossos telemóveis – mas há algo especial em ter certas coisas clássicas que, se mudassem, iriam ser uma desilusão.”
No seu interior, o calibre também é o mesmo e a criação de um Moonwatch continua a ser um exercício tão complexo como sempre foi. Envolve uns impressionantes 14 meses para preparar todos os diferentes componentes antes da montagem e são necessárias 80 operações manuais para montar apenas a base. Tal como quando foi pela primeira vez lançado, a mão humana é uma parte essencial do processo.
É irónico pensar que o Omega Speedmaster não teve nenhuma modificação, considerando que o programa espacial da NASA é reconhecido pelas suas inovações técnicas, que vão desde as telecomunicações móveis, às mensagens por SMS, dos painéis solares à purificação da água. Como Clooney diz, o Speedmaster poderá bem ser a verdadeira definição de um clássico: um design que nunca teve de ser alterado.
Uma outra prova da qualidade duradoura do design do Speedmaster pode ser encontrada perto de casa, como uma ferramenta de navegação para exploradores terrestres. Em 1968, Ralph Plaisted utilizou o seu Speedmaster e o sextante para determinar, pela primeira vez, a localização exacta do Polo Norte geográfico. Tal como em 1985 o explorador Wong How Man recorreu ao seu Speedmaster para o ajudar a descobrir e a mapear a fonte escondida do poderoso Rio Yangtze.
Questionado sobre o legado do Speedmaster e o programa espacial do qual fez parte, Clooney responde: “[São símbolos] …de um tempo em que o mundo ansiava por desafios. Quando julgávamos que conseguíamos fazer melhor e acreditávamos que conseguíamos alcançar as estrelas e realmente chegar lá. Sem dúvida, éramos nós no nosso melhor e no mais corajoso, e os astronautas estavam na dianteira.”
Numa retrospectiva desse período fértil em descobertas e exploração, é claro que o desafio de Kennedy foi essencial às conquistas que se seguiram. Para Clooney, este é um momento onde precisamos de maiores desafios que nos guiem a um novo período de optimismo e progresso técnico.
“Não me preocupo que não volte a acontecer”, afirma. “Espero apenas que a próxima era seja tão produtiva e entusiasmante como esta foi.”
É impossível saber que fronteira iremos ultrapassar a seguir, mas, tal como Clooney, temos a certeza que vamos continuar a alcançar as estrelas. E se há algo que podemos concluir do 60o aniversário do Omega Speedmaster é que, com as ferramentas certas, ultrapassar qualquer desafio é possível.