Caro leitor, trouxe um conteúdo incrível sobre Madrid, na Espanha, e meu olhar sobre a vestimenta masculina europeia. E, lógico, já estou planejando a próxima trip.

Tive seis dias de muitas informações, emoções e novidades, ao lado de quatro grandes influenciadoras brasileiras, e de Sheila Mueller, da Leading Hotels of The World, e Elvira Viedma, do Turismo da Embaixada Espanhola.

O convite, para conhecer a moda, a gastronomia e a hotelaria de Madrid, nos reservou excelentes momentos. Fiquei impactado com a elegância dos homens, são muito chiques! Embora não sejam inovadores no vestir, desfilam uma elegância mais tradicional. Os ternos são impecáveis. Os sapatos, sofisticados, parecem que acabaram de sair da loja, e os acessórios fazem a diferença. Um belo relógio, um chapéu para protegerem-se do frio, tudo tem muita qualidade e requinte.

Chegamos numa segunda-feira, e fomos recepcionados pela equipe do Gran Hotel Inglés, localizado no Centro da capital espanhola. Fundado em 1886, foi o primeiro hotel de luxo em Madrid e o segundo edifício com luz elétrica e banheiro independente nas suítes. Hoje está totalmente reformado e com bandeira Leading. Eu, particularmente, sou apreciador desses prédios históricos. Adoro saber quem passou por lá, o que fizeram, e escutar curiosidades sobre sua trajetória.

Passeamos pelo bairro de Salamanca, considerado o mais chique e badalado de Madrid, com lojas modernas, aliás as mais chiques do mundo, e restaurantes com chefs estrelados. Almoçamos no incrível Aarde, com uma arquitetura contemporânea e sofisticada, onde provamos o menu degustação. À noite, jantamos no Restaurante Ana La Santa.

Na terça-feira, descemos para degustar o café da manhã de nosso incrível hotel. Eu sou apaixonado por “desayuno”, e o Gran Hotel oferece uma grande variedade, com destaque para os belíssimos churros espanhóis e o prato que mais gostei, a omelete de claras proteica. Neste dia, conhecemos lojas e a moda masculina do bairro de Las Salesas, as vitrines de Chueca, que têm pegada alternativa, esportiva e tradicional. O almoço foi no Lobito de Mar, aberto recentemente, que tem como prato principal o polvo. Sua chef é uma estrelada espanhola.

Visitamos o prédio central do El Corte Inglés, e fiz uma sessão de personal shopper com Carlos Roca, que foi excelente. Ele comentou sobre a minha coloração pessoal, forma do meu corpo e quais roupas combinam comigo. O jantar aconteceu no Viva Madrid, prédio histórico de 1856.

Reservei a quarta-feira para um passeio a pé pela cidade. Visitei Los Austrias, área focada em comércios centenários e lojas de artesanato, no Mercado San Miguel. O almoço foi no My Way, rooftop de um prédio centenário com vista panorâmica para toda cidade, um espaço de charme e excelente gastronomia.

Conheci a primeira loja de capas masculinas da Espanha, a Capas Seseña, fundada em 1901, que vende casacos longos de altíssima qualidade. No jantar realizado no Hotel Villa Magna – que também faz parte da Leading -, fizemos uma aula degustação G&T e outra após o jantar. A quinta-feira, após o café da manhã no Gran Hotel Inglés, saímos para o Las Rozas Village, complexo de lojas de luxo com preço super justo, vale a dica. Almoçamos e visitamos o magnífico Museu Thyssen-Bornemisza.

Tivemos uma aula de cultura, onde aprendi sobre a pintura de Matthäus Schwarz, que criou, no século 16, o primeiro livro de moda masculina de que se tem conhecimento até hoje, registrando, em pinturas, os trajes que vestiu ao longo de quatro décadas. Ele foi um contador e grande inovador. Expandiu as fronteiras da moda, usando o estilo de se vestir como forma de auto expressão. Matthäus Schwarz foi chefe de contabilidade dos banqueiros e mercadores Fugger, uma das mais importantes e ricas famílias da Alemanha no período.

Ele começou a registrar sua imagem em 1520, quando encomendou 36 pinturas com o objetivo de fazer uma retrospectiva de sua aparência desde a infância até os 23 anos. Daí em diante, continuou encomendando desenhos de si próprio, vestindo suas diversas indumentárias, até os 63 anos. Ao todo, foram 137 aquarelas, que depois passaram pelo processo de encadernação, criando o que ficou conhecido como “O Livro Schwarz de Roupas”. Os custos eram altos. Schwarz não era rico, mas ganhava bem. Optou por investir grande parte de seu salário em sua aparência.

É fácil descrever Schwarz como um dândi em suas roupas coloridas. No entanto, ele se vestia de forma inteligente para passar mensagens a respeito de si próprio. Os figurinos não eram apenas coisas que ele gostava de vestir, tinham significado e propósito. Deixou de registrar seus trajes a partir dos 67 anos de idade. Tentou persuadir o filho, Veit Konrad Schwarz, a continuar o projeto. Veit chegou a encomendar 41 aquarelas de si próprio, mas abandonou a ideia após os 19 anos. As razões de Schwarz ter feito o livro continuam um mistério. Após sua morte, o objeto foi passado de geração para geração, até chegar ao acervo do Herzog Anton Ulrich-Museum, em Braunschweig.

Voltamos ao hotel, fizemos uma aula de Bartending Masterclass. O jantar, no Canalla Bistro, espaço criado dentro de um teatro, é o local mais diferente e inusitado que conheci.

Iniciamos a sexta-feira passeando por Parque Del Retiro, Palacio de Cristal e Museo Reina Sofia, do qual fiquei impactado. Almoçamos em um dos locais mais inusitados e deliciosos que já conheci. É informal, mas a proposta é demais, chama-se Sala De Despiece.

Voltando ao Brasil, tive a grande experiência de conhecer a classe executiva da companhia aérea Iberia.

FICA A DICA:
Conhecer a “Galeria Meninas de Madrid”, uma exposição única que percorre a cidade, na qual “As Meninas” de Velázquez “vestem” a capital na maior exposição ao ar livre do mundo. Este retrato da família real é considerado uma obra-prima do artista. Pintado em 1656, é um dos quadros mais analisados e comentados no mundo das artes. A protagonista é Margarita da Áustria, com suas damas (meninas).

Em todo meu trajeto, desde a saída do Brasil ao retorno, todos, sem exceção, hotel, traslados, restaurantes, em qualquer lugar, fomos sempre bem recebidos com sorrisos e gentileza. Gratidão, Sheila e Elvira, pela fantástica experiência!

 

Matéria retirada da Revista Onne

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