Não é fácil estabelecer uma forma científica de medir a duração do ato sexual. O que marca o começo? Como cronometrar? O estudo que chegou mais próximo de fazer uma medição confiável determinou qual o “tempo de latência da ejaculação intravaginal”, ou seja, o tempo que demora desde a penetração do pênis até a ejaculação.

O estudo, feito na Universidade de Utrecht, reuniu dados de 500 casais heterossexuais de cinco países (Holanda, Reino Unidos, Estados Unidos, Espanha e Turquia). As mulheres receberam um cronômetro que disparavam no momento da penetração e acionavam novamente quando havia ejaculação. O resultado foi bem variado: de relações de 33 segundos a outras de 44 minutos.

“Tirar a média não resultaria em um número muito fidedigno por causa da grande variação, o mais sensato foi valorizar a mediana. Ou seja, aquele índice em que o maior número de casais concentrou as respostas – que foi 5,4 minutos”, explica Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP (Universidade de São Paulo).

Ela lembra que a mediana foi decrescendo com a idade: homens de 18 a 30 anos tiveram, com mais frequência, penetrações de 6,5 minutos. Entre os mais velhos de 51 anos, a mediana foi de 4,3 minutos.

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Ter ejaculação precoce já foi símbolo de virilidade

A importância da pesquisa, segundo Carmita, foi definir o tempo da ejaculação a ser considerado precoce para efeito de pesquisas. Esse tempo foi fixado em um minuto ou menos, depois da penetração. Ela explica que até os anos 1960, o ejaculador precoce era tido como mais viril, justamente por sua rapidez.

A liberação sexual feminina acarretou uma mudança de conceito: para conseguir sexo em sincronia com sua parceira, ser rápido deixou de ser interessante para ele. O homem passou a se adaptar ao tempo dela.
Carmita Abdo, coordenadora do Prosex

Ainda não há estudos bem estruturados sobre o tempo de orgasmo da mulher.

Carmita aponta que alguns fatores modificam a duração da penetração, mesmo em homens saudáveis. Isto ocorre quando há maior preocupação com o trabalho, com as finanças, estar vivendo um momento de insegurança no relacionamento ou até estar diante de uma parceira que considera mais experiente. Medicamentos podem alterar para mais essa duração, como é o caso de vários antidepressivos.

Pesquisa coordenada pela pesquisadora em 2008 mostrou que 25,8% dos homens brasileiros estão insatisfeitos com o tempo e o controle de sua ejaculação. Gostariam de mais tempo, antes de ejacular.

E os animais?

Enquanto os felinos realizam penetrações rápidas de 20 a 90 segundos, as serpentes demoram cerca de uma hora – e os machos têm dois pseudopênis (chamados hemipênis).

“Um casal de leões, por exemplo, chega a realizar 300 incursões em dois dias”, diz Carlos Alberts, biólogo e pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista). “Isso ajuda a garantir que haja fertilização do espermatozoide no óvulo”, explica.

As serpentes têm pseudopênis porque são estruturas apenas semelhantes ao pênis, mas que possuem outra origem embrionária. Um dos pseudopênis é colocado na cloaca da fêmea e, depois, o outro. Esse sistema é comum em cobras e lagartos.

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Maioria dos vertebrados não tem penetração

A maioria dos vertebrados não tem penetração na hora do acasalamento. “Não existe pênis. Em alguns casos, como das aves, a cloaca do macho é colocada sobre a da fêmea. No caso de peixes, óvulos e espermatozoides são liberados no ambiente, o que dificulta a fecundação e oferece mais perigos ao embrião”, diz Alberts.

A penetração é uma vantagem dos mamíferos, o que ajuda a assegurar a reprodução. Nos seres humanos, mais de 80% dos espermatozoides não são aptos a fertilizar o óvulo. Apenas aqueles que são da primeira onda são perfeitos e são lançados para longe a fim de alcançar o óvulo.

Os espermatozoides da segunda, terceira e quarta onda de esperma têm algumas deformações, como o flagelo (cauda) em forma de mola, triplo, etc. e formam uma rede atrás dos primeiros. “Acredita-se que seja para evitar que espermatozoides de outro homem sejam capazes de fertilizar o óvulo”, diz.

 

Seja por fatores orgânicos ou emocionais, o sexo pode se transformar em um tormento para muitas pessoas. Dor, medo, ansiedade, dificuldade de ereção e outros problemas prejudicam a vida sexual. Especialistas ouvidos pelo UOL Comportamento listaram os dez mais comuns e recomendam: se algum deles está atrapalhando a sua relação, é hora de buscar ajuda. Os tratamentos, para a maior parte dos casos, envolvem consultas com ginecologista ou urologista e sessões de terapia | Por Heloísa Noronha – do UOL, em São Paulo Imagem: Bianca Lucchesi /UOL
Fonte: http://noticias.uol.com.br
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