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Se você comemorou o EasyTaxi, que melhorou o fluxo de motoristas e facilitou sua corrida, é bem provável que você comemore o dobro com a chegada do app de sucesso no exterior, agora aqui no Brasil, o Uber.

O aplicativo é simples, mas revolucionará suas corriqueiras corridas de taxi. Uber é um serviço de transporte urbano, o qual coloca motoristas profissionais cadastrados em contato com clientes, com o objetivo de oferecer um nível de qualidade e acessibilidade superior aos presentes hoje no mercado. O passageiro se cadastra na rede e informa seus dados de cartão de crédito ou de uma conta PayPal – as formas de pagamento aceitas pelo serviço. O valor da corrida é calculado pelo aplicativo – há uma taxa fixa (independentemente do período do dia), acrescida de um valor por minuto e outro por quilômetro rodado, num sistema semelhante ao de taxímetros – e normalmente custa 30% a mais do que um táxi comum; o Uber fica com 20% do valor final. Depois do valor acertado e pago, o cliente informa sua localização (acesso ao GPS) e solicita um carro – é possível rastrear o veículo no mapa em tempo real. Após a corrida, você pode escrever uma crítica ao serviço e avaliar o motorista; os condutores também podem avaliam seus clientes.

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Na prática, o serviço é bem parecido ao dos taxis, mas a maior diferença, que vem causando polêmica ao redor do mundo, é o sistema de credenciamento dos motoristas. Ao contrário dos taxistas, para servir ao Uber só é necessário passar na avaliação da empresa, não sendo necessário o alvará da prefeitura. Desde 2011 nenhuma nova licença de táxi é emitida no Rio ou em São Paulo. As prefeituras dizem que não o fazem porque as cidades têm táxis suficientes. São 34 mil em São Paulo (um para cada 285 habitantes) e 33 mil no Rio (um para cada 195 habitantes). A única forma de obter uma licença é por meio de uma doação de um antigo dono, mas não é o que acontece na prática, ocorre, na realidade, a venda ilegal dos alvarás, por valores que chegam a R$ 140 mil e podem triplicar em pontos mais cobiçados, como aeroportos, também há denúncias de que pessoas detêm múltiplos alvarás e os alugam. Toda essa ilegalidade poderia ser extinta com o avanço de sistemas operacionais como os da Uber. Mas, como taxistas detêm a exclusividade do transporte individual de passageiros, segundo a lei federal nº 12.468 de 2011, os motoristas do Uber não poderiam prestar este tipo de serviço.

“O que estão fazendo não é só exercício ilegal da profissão. É covardia.” – diz André Oliveira, da Associação de Assistência ao Motorista de Táxi do Brasil (AAMOTAB) durante um protesto.

Mas a empresa esperava esta reação no Brasil, já que o mesmo ocorre/ocorreu em outras das 150 cidades de 41 países onde está presente. Houve protestos em Londres, Paris, Berlim, Barcelona, Madri, Milão e Taipei. Também enfrenta problemas com autoridades em Bruxelas, Seul, Xangai e nos estados de Victoria, na Austrália, e Virginia, nos Estados Unidos.

“Os protestos não são uma surpresa, porque é comum que uma indústria queira impedir a concorrência. Mas, quando os políticos vêm o impacto positivo gerado pelo serviço, eles nos apoiam para mudar as leis.” – diz Lane Kasselman, porta-voz do Uber, que argumenta não ser uma empresa de táxi, mas de tecnologia.

“Não temos carros ou motoristas contratados. Oferecemos uma plataforma que liga motoristas a passageiros. E a realidade é que passageiros estão insatisfeitos. Querem um serviço mais seguro e confiável.”

O Uber seleciona seus motoristas pela adequação destes às regras exigidas ao formulário da empresa: o motorista deve ter uma carteira profissional e um carro considerado de “luxo” lançado, no máximo, desde 2009; também precisa ter seguro do automóvel e seguro para o passageiro, além de não ter antecedentes criminais. Isto incentivou vários ex-motoristas particulares a se cadastrarem ao aplicativo.

“Era motorista particular, mas os preços desse mercado caíram muito e deixou de valer a pena. Agora, tenho a chance de ganhar mais.” – afirma Marco Aurélio Dória, de 34 anos, que estreou como motorista do Uber.

“Também não daria para virar taxista, porque quem tem uma licença não quer vender e quem tem cobra muito caro por ela. (…) A saída seria alugar um táxi por dia e começar a rodar já no prejuízo. (…) Com o Uber, não preciso correr por aí para pegar o máximo de passageiros e compensar o aluguel.”

Outras exigências de padrão da rede são relacionadas a qualidade do serviço, o que inclui o motorista e o carro. São preferíveis bancos confortáveis de couro, vidros fumês, ar condicionado sempre ligado, água disponível no banco de trás, além de vestimenta apropriada do motorista e recepção devida do cliente com abertura de porta para maior comodidade.

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“Sem desmerecer nossos taxistas, mas o serviço do Uber é de outro nível. É como um motorista particular sob demanda. (…) Nem penso mais em pegar táxi.” – afirma o publicitário Walter Motta Junior, de 23 anos.

Lançado nos Estados Unidos há cinco anos, o aplicativo de carona paga veio para o Brasil com um início discreto no Rio de Janeiro, em maio, e, no mês seguinte, em São Paulo. Hoje, avaliada em 18,2 bilhões de dólares, o Uber tenta conquistar os brasileiros com seu alto padrão de “carona com motorista particular sob demanda”. A primeira publicidade em São Paulo ficou por conta da primeira cliente da cidade, a top model Alessandra Ambrósio – “Ela abriu seu app nos Jardins e poucos minutos depois estava indo cheia de estilo para uma festa na Embaixada Britânica”, de acordo com a notícia dada pela empresa em um post em seu blog oficial.

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Alessandra chegando ao seu compromisso na Embaixada Britânica – jantar oferecido em homenagem ao Príncipe Harry, que estava de passagem no Brasil durante a Copa

Resta esperar por notícias do futuro do aplicativo por aqui e, claro, por que não testar a novidade o quanto antes?!

* Depoimentos da matéria disponibilizados pela BBC Brasil

Blog oficial da Uber: http://blog.uber.com/